Uma família de pessoas viajantes em Nantes enfrenta uma recusa de estacionamento em seu próprio terreno

EM RESUMO

  • Prefeitura de Vigneux-de-Bretagne recusa o estacionamento de casas sobre terras agrícolas adquiridas por uma família de pessoas do viajante.
  • Um decreto municipal proíbe esse tipo de habitação móvel, mesmo em um terreno privado.
  • Associação ADGVC 44 contesta o decreto na justiça, alegando uma medida discriminatória.
  • A deputada LFI Ségolène Amiot critica a aplicação direcionada contra as pessoas do viajante.
  • Argumento da prefeitura: respeito ao Plano Local de Urbanismo Intermunicipal (PLUI) e preservação das terras naturais.
  • O terreno está ocupado há nove anos por uma família, que desenvolveu instalações e uma atividade de ferração.
  • Oferta de realocação em outros locais de acolhimento na comunidade de municípios.
  • Fatos anteriores: expulsões de outras famílias em 2023 e intervenção do defensor dos direitos.

Na região de Nantes, em Vigneux-de-Bretagne, uma família de pessoas do viajante enfrenta a recusa da prefeitura em instalar casas em seu próprio terreno, embora adquirido legalmente. Esta decisão municipal, tomada em nome do respeito às zonas agrícolas, é contestada por uma associação e recebe o apoio de vários eleitos. A questão levanta debates sobre a aplicação das leis de urbanismo, os direitos dos proprietários e o lugar das pessoas do viajante na sociedade local.

Uma família confrontada com a regulamentação do estacionamento em seu terreno #

A poucos quilômetros ao norte de Nantes, o município de Vigneux-de-Bretagne está nas notícias por uma situação singular. Uma família de pessoas do viajante, proprietária há quase nove anos de um terreno, está ameaçada de expulsão por ter instalado uma habitação móvel em sua propriedade agrícola. Embora vivam nesta propriedade privada com seus quatro filhos em um “chalé” composto por três módulos Algeco®, sua presença infringe um decreto municipal adotado em julho de 2024, que proíbe o estacionamento de qualquer casa em todo o município, incluindo em terrenos privados.

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Autoridades locais inflexíveis sobre o urbanismo agrícola #

A prefeitura de Vigneux-de-Bretagne justifica sua decisão pela vontade de respeitar rigorosamente o plano local de urbanismo intercomunal (PLUI), que classifica a parcela em questão como zona agrícola e natural. Segundo a prefeita, Gwënola Franco, “Não é porque se é proprietário de um terreno que se pode fazer o que se quer nele”. Além disso, ela recorda que uma atividade de ferração havia sido constatada no local, gerando poluição e preocupação ambiental devido ao descarte no solo. Apesar da limpeza iniciada desde então, a prefeitura propõe à família que se dirija a áreas de acolhimento específicas localizadas em outro lugar, dentro da comunidade de municípios de Erdre e Gesvres.

Uma mobilização associativa e política crescente

Diante dessa situação, a Associação Departamental Pessoas do Viajante – Cidadãos de Loire-Atlantique (ADGVC 44) denuncia o decreto municipal, argumentando que ele coloca em insegurança não apenas as pessoas do viajante, mas também todos os habitantes que desejariam estacionar uma casa mesmo temporariamente em seu próprio terreno. A associação entrou com uma ação de suspensão, sustentando que o texto é muito geral e absoluto. Além disso, a deputada Ségolène Amiot (LFI) se manifestou publicamente contra o caráter discriminatório dessa medida, lembrando que uma versão anterior do decreto, considerada mais explicitamente hostil à comunidade das pessoas do viajante, já havia sido abandonada.

Precedentes e um contexto tenso em torno do estacionamento #

Esta não é a primeira vez que o município sofre intervenções administrativas em relação às famílias itinerantes. Em maio de 2023, outros grupos já haviam sido expulsos ao tentarem se estabelecer com suas casas e conectar suas instalações à rede elétrica. A prefeitura havia sido solicitada pelo defensor dos direitos, mas o caso foi encerrado sem desdobramentos. Essas medidas estão inseridas em um contexto mais amplo, no qual a questão da acolhida e do estacionamento das pessoas do viajante continua delicada em muitas regiões francesas.

Questões de acesso equitativo ao estacionamento e perspectivas de evolução

Além do caso de Vigneux-de-Bretagne, a problemática do estacionamento em terreno privado levanta muitas questões na França. O preço do estacionamento (veja os preços nacionais) continua sendo uma preocupação, especialmente para famílias numerosas ou em situação de mobilidade. Algumas soluções, como a redução em estacionamentos aeroportuários ou a cobrança por melhor estacionamento nos campi, testemunham uma expectativa de equidade e adaptação no acesso aos espaços públicos ou privados. Para responder a essas problemáticas, uma nova edição do esquema departamental de acolhida das pessoas do viajante deve ser publicada na primavera, na esperança de trazer uma resposta mais equilibrada entre o respeito ao urbanismo e a inclusão de todos os cidadãos.

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Uma questão de integração e respeito ao direito

A situação das pessoas do viajante em Nantes, assim, cristaliza tensões entre regulamentação local, propriedade privada e direitos humanos. A dificuldade de estacionar em seus próprios terrenos questiona tanto a capacidade de integração das famílias itinerantes quanto a flexibilidade da legislação francesa diante de trajetórias de vida não convencionais. Para qualquer viajante, residente temporário ou estudante que deseja se informar sobre as condições de estacionamento e registro em aeroportos ou outros locais, existem recursos disponíveis, incluindo este e este link útil para verificar as modalidades de acesso e inscrição prévia.

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