Tourismo: Vamos acabar com o absurdo dos “Machu Picchu dos Pirenéus” e outros “pequenas Venezas”

EM RESUMO

  • Comparação ridícula entre sites hexagonais e grandes atrações turísticas
  • Exemplo: um antigo site mineiro dos Pireneus chamado Machu Picchu dos Pireneus
  • Situado a 2.750 metros de altitude, este site levanta questionamentos sobre sua valorização
  • Acesso por uma caminhada exigente de 1.500 metros de desnível
  • Discussão sobre o impacto do turismo de massa em diferentes destinos
  • Apelo a um turismo responsável e respeitoso das culturas locais

O setor de turismo contemporâneo é frequentemente marcado por comparações duvidosas entre destinos locais e locais emblemáticos em escala mundial. Este fenômeno, que gera um discurso estereotipado em torno dos locais, é particularmente evidente com denominações como “Machu Picchu dos Pireneus” ou “pequenas Venezas”. Além do ridículo, essa tendência prejudica a verdadeira essência dos sites envolvidos, desviando a atenção da viagem autêntica em prol de uma visão redutora e comercial do turismo.

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Uma tendência intrigante, mas confusa #

A tendência de dar apelidos grandiloquentes a espaços pouco conhecidos, como o “Machu Picchu biroussan” em referência ao famoso site peruano, parece tornar o debate sobre o turismo irracional. Situado nas montanhas dos Pireneus, este antigo site mineiro, embora seja um ponto de interesse atraente, não pode, no entanto, se gabar de uma comparação válida com o patrimônio inca. De fato, qualquer analogia com Machu Picchu apenas apaga a singularidade dessas montanhas ariégeoises, ricas em sua própria história mineradora e beleza natural.

Um fenômeno que deturpa a experiência turística #

Essa busca por renome através de rótulos exagerados deturpa a verdadeira experiência que se poderia viver nessas regiões. Cada destino merece ser apreciado por suas próprias características. O “Machu Picchu” dos Pireneus é, de fato, acessível após uma “caminhada extraordinária”, como afirma o escritório de turismo, mas a avaliação de seu valor não deve se basear em comparações simplistas. Ao afirmar que pode oferecer um “total desembarque sem sair do Hexágono”, oculta-se a importância de uma abordagem respeitosa e autêntica da viagem.

Os riscos do turismo de massa #

Essa abordagem sensacionalista do turismo gera um impacto prejudicial nos próprios sites. O apelo que apelidos como “pequenas Venezas” ou “Machu Picchu dos Pireneus” suscitam pode levar a um influxo de visitantes cujos comportamentos podem alterar a integridade dos lugares. O exemplo de Machu Picchu no Peru ilustra bem esse perigo: as infraestruturas locais, às vezes inadequadas, são pressionadas por um turismo de massa que ameaça a preservação desse patrimônio classificado pela UNESCO.

Um apelo à valorização autêntica dos patrimônios locais #

É primordial repensar nossa maneira de promover os destinos. Em vez de nos apegar a comparações que flertam com o ridículo, seria mais alegre destacar as particularidades de cada região. Isso implica encorajar práticas de turismo sustentável, que favorecem o respeito às culturas locais e uma imersão autêntica nas tradições e na história dos lugares visitados.

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Reinventar o discurso turístico #

Para sair desse impasse, é necessário adotar um discurso que valorize cada destino pelo que ele realmente é. Em vez de associá-lo a outro site significativo conhecido mundialmente, é apropriado celebrar sua unicidade. O sucesso de um turismo responsável depende da capacidade de entender os sites sob uma nova perspectiva, longe dos clichês e singularmente contextualizados. É possível descobrir tesouros localizados que não exigem vestir-se com o manto de outro destino para atrair o interesse dos viajantes.

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