EM RESUMO
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As viagens escolares para o Reino Unido enfrentam um período de incerteza marcado por mudanças administrativas significativas. Embora as medidas recentes tenham permitido a recuperação das viagens, novas regulamentações ameaçam tornar esses deslocamentos mais complexos para os alunos franceses. Esse contexto destaca a importância de compreender as implicações dessas evoluções para o futuro das operações educacionais transfronteiriças.
Uma recuperação tímida graças a acordos bilaterais
Após a diminuição das trocas provocada pelo Brexit e pela pandemia, uma luz de esperança parecia surgir com um acordo assinado em dezembro entre o presidente francês e o ex-primeiro-ministro britânico. Este acordo simplificou os trâmites administrativos para grupos escolares franceses, substituindo a necessidade de um passaporte por uma simples carteira de identidade. Essa medida levou a um aumento de 30% das viagens escolares para o Reino Unido, permitindo que os alunos desfrutassem das riquezas culturais e históricas do país sem muitas formalidades.
Um retorno à complexidade burocrática
No entanto, a implementação de um novo sistema de autorização de viagem eletrônica (ETA) a partir de abril próximo pode rapidamente contrariar essa dinâmica positiva. Este sistema exigirá que todos os visitantes europeus possuam um passaporte para entrar no Reino Unido, anulando assim os avanços recentes. Para os organizadores de viagens escolares, isso representa um verdadeiro “pesadelo burocrático”, obrigando-os a lidar com pedidos de vistos para estadias temporárias.
As consequências da incerteza
A reação do setor educacional diante dessas novas restrições é preocupante. Valérie Boned, presidente das Empresas de Viagem, já pediu explicações à ministra britânica do Interior. Sua abordagem visa esclarecer as condições para a manutenção do acordo anterior, crucial para a boa execução das viagens previstas para 2025. Na espera por uma resposta, a incerteza persiste e pode ter um impacto significativo no número de viagens organizadas durante esse período.
Um setor em perigo
Edward Hisbergues, diretor da PG Trips, destaca a importância de preservar os acordos em vigor. Uma pesquisa recente realizada por sua agência com mais de 300 professores franceses revela que mais de 75% deles podem ser forçados a abandonar ideias de viagens para o Reino Unido se as novas regulamentações forem aplicadas. Essa posição reflete a fragilidade do setor diante das evoluções administrativas, que poderiam tornar essas experiências educacionais inacessíveis para um grande número de alunos.
Que futuro para as trocas escolares?
Com a perspectiva de uma primavera de 2025 se aproximando rapidamente, os decisores devem ponderar cuidadosamente os riscos que o entrave administrativo representa para as viagens escolares. A educação não deve ser obstaculizada por complicações burocráticas, principalmente para iniciativas que promovem a abertura de mente e o enriquecimento cultural. A impossibilidade de viajar livremente compromete não apenas a experiência dos alunos, mas também os laços educacionais entre a França e o Reino Unido.